quinta-feira, 20 de abril de 2017

Sarampo voltou...!

Em Portugal, o Sarampo tinha sido eliminado e porquê? Felizmente porque temos um Plano Nacional de Vacinação com uma cobertura de 98%. Só que para os vírus e doenças não há fronteiras e o risco de importação de casos de doença, quer em casos isolados, quer em surtos/epidemias pode acontecer, mesmo em países onde a doença tinha sido eliminada, como era o nosso caso.
Infelizmente, existem ainda alguns pais que, apesar da evidência da ciência, não vacinam os seus filhos, colocando-os em manifesto risco e a todas as outras crianças  da comunidade que os rodeiam... 
A vacina (VASPR - Sarampo, Papeira, Rubeola) faz-se uma 1ªdose aos 12 meses e um reforço aos 5-6 anos. Pode ser efetuada a partir dos 6 meses, mediante solicitação médica e respetiva justificação. Neste último caso encontram-se os meninos com doenças crónicas de base, prematuros, imunodeprimidos ou sempre que o pediatra assistente o entenda.
Serão pois as crianças na faixa etária com menos de 12 meses que são as de risco, uma vez que não possuem vacina, mais ainda as que frequentam escolas, nas quais a exposição potencial ao vírus é substancialmente maior comparativamente às crianças que estão em casa.
O contágio faz-se por via fecal-oral ou contato direto com as secreções/lesões na pele.
O quadro clínico apresenta uma erupção típica com máculas (manchas) e pápulas (com relevo), que se inicia na cabeça e vai progredindo até aos membros, atingindo todo o corpo, incluindo palma das mãos e planta dos pés.

O período de Incubação varia entre 7 a 14 dias.

Podem ser distinguidas 3 fases:
- Fase 1 (dura entre 4 a 7 dias):
 Febre muito alta (até 41ºC), mal-estar geral, dores musculares, conjuntivite, “constipação” e tosse.

- Fase 2/Fase do Enantema (entre 3 a 5 dias):
 Aparecimento de manchas tipo grãos-de-areia cinzentas no interior da boca (bochechas dos 2 lados), chamadas manchas de Koplik (nem sempre estão presentes).

Fase 3 / Fase do Exantema (entre 5 a 7 dias):
 Erupção maculopapular (manchas vermelhas com relevo), com alguma comichão. Inicia-se no pescoço e em 48h atinge todo o corpo. Na fase final, estas lesões assemelham-se a placas acastanhadas e descamativas.
 
Fonte: DGS

É uma doença com graves complicações (mais frequentes abaixo dos 5 anos), nomeadamente Pneumonias, Encefalites, Otites, Croup (dificuldade respiratória por inflamação/obstrução da laringe e traqueia) e a Panencefalite Esclerosante (que surge 7 a 10 anos após o Sarampo), levando à morte…

O contágio faz-se entre 4 dias antes da doença surgir e até 4 dias após surgirem as manchas.
O tratamento é sintomático (Ben-u-ron), soros de hidratação (muitas vezes na veia, pela recusa das crianças em beberem).
O conselho que aqui deixo, dentro do contexto atual é que evitem zonas fechadas, grandes aglomerados, sobretudos com crianças com menos de 12 meses (sem vacina ainda).

Por fim... Por Favor VACINEM sempre os vossos filhos... Esta é a melhor herança que lhes podem deixar...


domingo, 1 de maio de 2016

As consultas no Pediatra... Porque devemos fazê-las?

A medicina, como todos sabemos, está dividida por especialidades. 

A Pediatria é a especialidade que acompanha, estuda e trata as crianças. E esta consulta só é bem feita por um especialista... O Pediatra!!! Para muitos pais é normal levarem os seus filhos ao pediatra, principalmente nos primeiros anos de vida. Depois, conforme a criança cresce, "saltam" consultas porque acham que a criança "está bem" e não precisa de ir ao pediatra.

No entanto, a pediatria parte do princípio de que a criança está em pleno desenvolvimento, quer em crescimento físico, quer cerebral e portanto deve ser periodicamente avaliada pelo especialista - levar e manter as crianças ou os adolescentes às consultas do pediatra é uma atitude preventiva!

Ainda há pouco tempo, observei um adolescente de 16 anos que não ia à minha consulta desde os 13 anos e que na palpação testicular detetei uma anomalia, que, infelizmente se veio a revelar um cancro do testículo... (nas consultas no Centro de Saúde a que ia desde os 13 anos, os testículos não eram observados...!!!).

Também os casos de pais que "saltam" várias consultas (acham que as crianças estão bem...) e que retornam porque os seus filhos não apresentam boa saúde ou apresentam doenças que poderiam ser evitadas ou tratadas mais precocemente, caso tivessem acompanhamento regular...

Cada vez mais frequente, também, os pais que recorrem ao pediatra, com crianças aos 6, 7, 8 anos (crianças estas, que, na maioria, não são observadas há muito tempo por um especialista) por indicação da professora, por manifestarem insucesso escolar, numa fase já avançada. Provavelmente situações que seriam diagnosticadas de forma precoce se as crianças fossem acompanhadas pelo pediatra...

A consulta no Pediatra, avalia a criança no seu todo, mas também avaliar outros aspectos:

   - Familiar / Afetivo

O contexto familiar harmonioso é essencial para um bom desenvolvimento psicológico. Quando não existe é dever do pediatra alertar e detetar alterações do comportamento da criança para que não chegue a quadros mais graves e com sequelas futuras.

   - Obesidade

É muito difícil quando já está instalada... O objetivo é evita-la quer no ensino aos pais, quer nas crianças. Assisto, diariamente, a crianças obesas que são vítimas de bullying com auto-estima muito baixa... As sequelas podem ficar para toda a vida... Esta é uma das razões que fazem os pais "voltarem" ao pediatra!

   - Vacinas

É o pediatra que mais e melhor sabe de vacinas. É nas consultas de Pediatria que são explicadas e prescritas. Se forem realizadas na altura certa previnem, não só doenças, como podem evitar sequelas e morte...

   - Adolescência

Nesta fase, os pais entendem que já não é necessário ir ao pediatra... Enganam-se! Esta fase é, por definição, de uma grande mudança física, hormonal e psicológica. Torna-se assim essencial serem observados e esclarecidos em todas as suas dúvidas nesta fase para que se tornem adultos fortes, saudáveis e psicologicamente equilibrados.

Entre outros aspetos...

As consultas de Pediatria em termos de calendário devem ser realizadas:

1ª consulta até às 2 semanas de vida / Aos 2 meses / Aos 4 meses / Aos 6 meses / Aos 9 meses / Aos 12 meses / Aos 15 meses / Aos 18 meses / Aos 24 meses e depois anualmente até aos 18 anos e sempre que estejam doentes ou que os pais manifestem essa necessidade.

terça-feira, 15 de março de 2016

A Sarna voltou... e em grande...!

Sarna humana ou Escabiose, em linguagem médica, é uma parasitose que se apresenta como uma doença na pele (dermatose) devido a uma infestação originada pelo  ácaro Sarcoptes scabiei variante hominis, muito frequente na população pediátrica. Atinge todos os países, a nível mundial, sendo mais frequente nos países subdesenvolvidos.
É, altamente, contagiosa e difícil de tratar... 

Infelizmente, têm havido muitos casos, quer em adultos, quer em crianças, sobretudo nas que frequentam infantário!
Os surtos realizam-se, ciclicamente, cada 15 a 30 anos (estamos num surto) e dependem de muitos fatores:

- Hábitos de higiene
- Condições habitacionais
- Aglomerados habitacionais (neste momento muito comum em lares de idosos, infantários)  

Esta parasitose acontece em ambos os sexos e raças, assim como em todas as idades e em todos os níveis socioeconómicos.

Este parasita é exclusivo da raça humana, não sobrevivendo muitas horas noutros animais.

Período de Incubação

Os primeiros sintomas ocorrem 3 a 6 semanas depois do parasita se instalar, mas nas re-infestações, os sintomas reaparecem 1 a 3 dias depois.

Via de Transmissão (Contágio)

O contágio faz-se por contacto direto ou seja "pele com pele" infetada e é muito contagiosa.
Se o tratamento não for bem feito ou se não fizerem todos os que estão infetados, as recidivas são muito frequentes e muito mais difíceis de tratar.

Quadro Clínico

   - Comichão muito intenso, sobretudo à noite.
   - Nos bebés de 2-3 meses, muitas vezes não existe prurido
  - Atualmente existem casos que cursam sem prurido (formas atípicas).
 - Zonas de pele avermelhada (Eritema) ou zonas avermelhadas com rugosidade (Exantema), numa fase inicial
  - Com a evolução, surgem vesículas ("borbulhas") e papúlas ("pequenos altos"), com "vincos" escuros na pele ou "galerias" (são os túneis feitos pelo parasita).
   - Com a comichão sempre a aumentar, pode haver sobre-infecção com formação de pústulas.
   - Atinge mais as zonas entre os dedos, palmas das mãos, plantas dos pés, punhos, cotovelos, axilas, joelhos, nádegas, zona púbica

Tratamento

- Todos os contactos infetados devem ser tratados ao mesmo tempo (isto é de extrema importância para se erradicar a doença).
- Anti-histaminicos (Atarax, Fenistil gotas, etc) para diminuir a comichão.
- Medicamentos antiparasitários que actuam (directamente) no parasita:
·Permetrina a 5% . É o tratamento tópico ideal. Não é comercializado em Portugal, mas existem várias farmácias que fazem o "manipulado", quando prescrito pelo médico.
·Benzoato de Benzilo (Acaryl Bial). 
·Enxofre na formula de manipulado ou precipitado de 6 a 10% em vaselina, sendo a alternativa para bebés com idade inferior a 3 meses, mulheres grávidas ou a amamentar. 
·Ivermectina  comprimidos 
As crianças infetadas devem  manter-se afastadas das escolas/infantários durante todo o tratamento e só poderão voltar, após confirmação médica de que estão tratadas e curadas.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Crianças Hiperativas e Defice de Atenção (PHDA)

                                               
                                   
A PHDA ou Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção é uma diminuição ou ausência de controlo na criança.
 A criança hiperactiva é incapaz de controlar a sua atenção, impulsividade e actividade motora.

      -- Não é uma ausência de vontade para o fazer
      -- É uma ausência de controlo que efectivamente traz consequências.

A PHDA não é falta de concentração por falta de empenho ou um comportamento indisciplinado resultante da educação dada pelos pais.
A PHDA  é actualmente a “desordem mental” mais diagnosticada em crianças, estimando-se que 6 a 8%  de todas as crianças em idade escolar tenham PHDA
 Esta perturbação é cerca de seis vezes mais frequente nos rapazes do que nas raparigas.
As estatísticas indicam que cerca de 40% das crianças, diagnosticadas, deixam de ter sintomas durante a adolescência ou seja o cérebro, com a ajuda de factores ambientais, “encontra o caminho” para o normal desempenho e desenvolvimento.
Causas :
    -- Genéticas
Se um dos pais tiver sido "hiperactivo" tem 30% de hipóteses de ter um filho com PHDA
    -- Ambientais
  1. Nascimento Prematuro ou com muito baixo peso
  2. Asfixia no momento do parto
  3. Traumatismo cranianos
  4. Passar muito tempo a ver televisão ou a jogar jogos de consola/computador
  5. Falta de afectividade, de cuidados parentais...

No diagnóstico, o principal é ter em consideração o comportamento destas crianças que devem, forçosamente, englobar : 

·         -- Actividade excessiva (inquietação motora, agitação);

          -Distracção (dificuldade de concentração, atenção dispersa);


·        --  Impulsividade (tendência a agir sem reflectir).




 Quadro Clínico :
  • Dificuldade em terminar tarefas ou projectos
  • Facilidade em distrair-se
  • Dificuldade em concentrar-se
  • Problemas de organização e disciplina
  • Concentração aumentada quando a informação e/ou tarefa é interessante ou estimulante.
  • Inteligência acima da média mas com maus resultados na escola.
  • Maior facilidade em aprender com ajudas visuais ou através de movimento
  • Ansiedade /Impulsividade / Insatisfação
  • Bater com os dedos ou outros objetos como lápis na mesa
  • “Cabeça no ar”
  • Mudanças de humor ou disposição repentinas
  • Tiques nervosos

Tratamento :



      O tratamento desta perturbação é multidisciplinar e pode incluir acompanhamento médico, psicológico, pedagógico, apoio aos pais e tratamento farmacológico.
       O recurso à medicação só deve ser feito após uma avaliação médica especializada, incluindo o estabelecimento do diagnóstico.
      Dos medicamentos que, actualmente, são mais usados, salientamos os psicoestimulantes (Metilfenidato, Risperdona).
      O efeito dos psicoestimulantes consiste no aumento da capacidade de atenção/concentração, diminuição da impulsividade e da agressividade, melhorando as relações interpessoais e o desempenho da criança.
      O seu efeito surge logo nos primeiros dias, desde que a dose seja adequada. 
      As tomas são diárias, podendo ser feita uma interrupção do tratamento durante o período do fim-e-semana e das férias escolares, de acordo com a indicação médica.
      Actualmente, existem um sem número de crianças com PHDA ou Hiperativas e infelizmente algumas delas não o são... São crianças com falta de regras, a "fazerem tudo" o que querem, e que não estão habituadas a respeitar "ordens"... Infelizmente, assisto, diariamente, a estes comportamentos (desobediência, falta de regras, má educação) de crianças que nada têm a haver com PHDA, mas cujos pais acham ser PHDA...
      Todas as crianças, são activas, curiosas, exploradoras do que as rodeiam ou seja... Irrequietas... Isto é saudável e normal... O papel educativo dos pais, em contrariar, em dizer Não, em castigar, no fundo educar, deve estar presente, sempre...  

      Por último, relembro que a criança com PHDA é incapaz de controlar a sua atenção, impulsividade e a sua atividade na generalidade.

       Não é uma ausência de vontade para o fazer, mas sim uma ausência de controlo que traz consequências devastadoras para a vida da criança e familiar...

      segunda-feira, 13 de julho de 2015

      Acidentes em Pediatria

      Estamos no verão e, infelizmente, é a altura do ano em que se registam mais acidentes em idade pediátrica. Os Acidentes e Intoxicações constituem a 1ª causa de mortalidade em crianças de 1 a 5 anos.
      Por este motivo, é essencial a prevenção. Os pais ou os cuidadores têm que estar, sempre, alertas e nunca esquecer “que não acontece só aos outros”…
      A minha experiência com acidentes (a maioria imprevistos!) é devastadora (com fins trágicos e inesquecíveis!) … por isso, sempre fui conhecida, quer entre amigos/colegas e pais como muito “chata” com a prevenção dos acidentes nas brincadeiras, nas viagens e no cumprimento das regras de segurança. Vou por isto, alertar-vos para os acidentes mais frequentes, consoante a idade.

      Quedas e Contusões ou Feridas

      No 1º Ano de vida (dos 0 – 12 meses)
      - Nunca deixar a criança no “muda fraldas” (para ir buscar alguma coisa…!), nem na cama dos pais, nem no sofá. Até os recém-nascidos se mexem muito e podem cair! Na dúvida, coloquem a criança no chão.
      - Atenção às grades das camas, (devem ter um espaço entre elas nunca superior a 8cm).
      - Os irmãos mais velhos gostam de ter ao colo os bebés, mas sempre e só sob vigilância de um adulto
      - As “Aranhas” ou Andarilhos não devem ser usados !!! Infelizmente, a maioria dos pais têm-nos…! Não só, porque do ponto de vista de desenvolvimento não são indicados, como são um risco imenso de acidentes. O EHLASS (Sistema Europeu de Vigilância de Acidentes Domésticos e de Lazer) contabilizou em Portugal, só este ano, 850 acidentes com “Aranhas”, alguns muito graves.
      - Lembrar o transporte nas viagens de automóvel, sempre de “cadeirinha” e com todos os cintos apertados (quer chore muito…!). Chora a criança, não choram os pais mais tarde, se acontecer alguma coisa!
      - As crianças não devem “brincar” com objetos que não sejam brinquedos para a sua idade (é comum “brincarem” com a chave do carro dos pais, telemóveis…). Por isso cada idade tem brinquedos adequados e certificados para cada faixa etária.
      - Deite fora brinquedos estragados ou danificados, que serão sempre um risco.
      Mais de 12 meses
      - Atenção às janelas e varandas, que muitas vezes, sem sabermos como, as crianças sobem, debruçam-se, passam entre as grades, etc. Sempre fechadas e vedadas ao acesso das crianças.
      - Obrigatório existirem “cancelas” no acesso às escadas dentro de casa (é dos acidentes mais frequentes e graves).
      - Atenção aos pavimentos de casa (não devem ser escorregadios) e a criança deverá estar sempre calçada de forma adequada, para não escorregar.
      - Colocar protetores nas tomadas elétricas, armários, gavetas.
      - Atenção às molduras com fotos (as crianças vão dar beijinhos…), com risco de se partirem e o vidro ser um perigo.

      Intoxicações

      A grande maioria das crianças faz aquilo que não nos passa pela cabeça…! As intoxicações são dos acidentes mais graves e com repercussões para toda a vida.
      - Detergentes domésticos têm, obrigatoriamente, de estar longe do alcance das crianças.
      - Bebidas alcoólicas, medicamentos, perfumes fora do acesso também.

      Queimaduras (domésticas)

      As queimaduras são muito frequentes em idade pediátrica.
      Atenção à cozinha!
      - O forno quando ligado é atrativo para as crianças;
      - As panelas e frigideiras ao lume estão muitas vezes ao seu alcance;
      - Na mesa nunca devem permanecer travessas com comida quente ou líquidos quentes. Cuidado com o transporte das panelas na cozinha;
      - Lareiras, aquecedores e ferros de engomar, são responsáveis por muitas queimaduras;
       - No café, quantas vezes as crianças deitam a mão à “bica”, num segundo de distração.

      Corpos Estranhos e Engasgamentos e Asfixia

      - Frequente também, são os engasgamentos e/ou deglutição de corpos estranhos.
      - Não deixar a criança brincar com objetos pequenos, como moedas, botões, frutos secos, brinquedos facilmente desmontáveis.
      - Nunca deixar a criança brincar com coisas na boca (uma distração, uma gargalhada, uma queda, leva-a a engolir o que tem na boca). Atenção aos balões vazios (são feitos de latex e “colam” na garganta…asfixiando a criança!).
      - Não usar fios (ouro, prata, coral), nem correntes para suspender a chupeta em redor do pescoço.
      Afogamentos

      - Os mais frequentes nesta altura do ano, por muito que se informe, estes acidentes mantêm-se!
      - Nos mais pequenos, atenção ao banho. Nunca deixar a criança sozinha.
      - Nenhuma criança pode estar ou permanecer perto de uma piscina, sem ser acompanhado por um adulto responsável e com o foco na criança. Jamais poderá estar na piscina sozinha ou acompanhada por outras, mesmo que mais velhas! Nenhuma criança deve estar numa casa com piscina que não tenha proteção desta última.
      - Na praia, só deverá ir ao mar acompanhada de um adulto e com proteção (braçadeiras, boia justa, colete). Nunca deve permanecer sozinha junto à beira mar, mesmo com bandeira verde.

      Outros Acidentes
      Animais

      Nunca deixar que as crianças “mexam”/brinquem com animais não conhecidos, ainda que os seus donos digam que são inofensivos. Primeiro, porque são animais desconhecidos na presença de uma criança que para eles também não lhes é familiar (podem ter reação negativa), segundo porque os animais, também devem estar vacinados, desparasitados, cuidados do ponto de vista de saúde, o que muitas vezes não acontece.

      Bicicletas, Skates, Patins

      Existe equipamento de segurança, como capacete, joelheiras, cotoveleiras para que as crianças experimentem sensações e desafios novos, mas em segurança.

      No carrinho do supermercado

      Por lei a criança só pode ser transportada na zona onde vai sentada de frente para os pais com as pernas “presas” e de onde dificilmente cái…! Infelizmente é vulgar vermos as crianças, dentro do carrinho, muitas vezes de pé, situação em que a queda é eminente, mas que os pais de forma negligente e grave, repetem. Os traumatismos cranianos são muito frequentes nesta situação. 

      domingo, 7 de junho de 2015

      Rinite Alérgica

      A Rinite Alérgica resulta de uma reação imunológica do organismo a partículas inaladas que são consideradas estranhas - alérgenos. Cerca de 25% das crianças, sofre desta doença.
      O nariz é o primeiro local por onde a ar passa até alcançar os pulmões. É responsável pela limpeza, humidificação e aquecimento do ar inspirado. Para exercer essa função, o nariz possui um complexo mecanismo de defesa. Por isso, a criança alérgica ao entrar em contato com algum alérgeno (pólen, ácaros do pó, pelos de animais…), desencadeia uma resposta para impedir que essa substância alcance os pulmões.
      Atualmente é encontrado um componente genético nas alergias. Quando ambos os pais tem rinite, a probabilidade de os filhos terem o problema é de 50%.

      O que desencadeia a Rinite?

      São os chamados alérgenos, que podem ser:
               - Pólenes.
               - Ácaros do pó.
               - Pelos de animais.
               - Fungos, Baratas.
               - Poluição, fumo de cigarro.
               - Cheiros ativos (detergentes).

      Quais os Sinais e Sintomas/ Quadro clínico?

               - Obstrução nasal marcada;
               - Espirros constantes e repetidos;
               - Comichão no nariz (prurido nasal) intensa;
               - Prega no dorso do nariz (resultado da comichão);
               - Comichão nos olhos, Lacrimejo constante;
         - Olhos Vermelhos e Inchados;
               - Respiração maioritariamente oral;
               - Dores de cabeça;
               - Olheiras, perda de apetite;
               - Cansaço fácil (menor rendimento escolar).

      Como Evitar as Crises?

               - Manter a casa arejada e sem humidade;
               - Limpeza diária do quarto da criança;
               - Evitar carpetes, alcatifas, peluches no quarto;
         - Evitar lençóis de flanela, polares, cobertores (só edredons acrílicos);
               - Evitar animais de estimação em casa (gatos, cães, coelhos, pássaros);
               - Evitar passeios no campo na primavera;
               - Usar sempre óculos escuros na primavera e verão.

      Que Complicações existem?

               - Sinusite (mais comum!);
               - Tosse (piora à noite);
               - Maior suscetibilidade de infeções respiratórias;
               - Alterações da dentição e do maxilar, em função da obstrução nasal permanente e da respiração alterada, necessitando mais tarde de aparelho dentário (60% das crianças que usam aparelhos dentários são portadoras de Rinite);
               - Má qualidade de vida…

      Qual o Tratamento?

               - Anti-histamínicos orais (Zyrtec, Xyzal, Aerius, Claritine, Zaditen, Kestine, Bilaxten, etc).
               - Anti-inflamatórios tópicos em spray (Pulmicort, Avamys, Nasomet, Eustidil, Rontilona, etc).
                  - Anti-histamínicos nasais em spray (Fenolip, Allergodil).
                  - Anti-histamínicos oculares em colírio (Zaditen, Allergodil).
                - Vacinas, denominada Imunoterapia especifica (prescritas por Alergologistas e preparadas com os alérgenos a que reage a criança.

      A Rinite Alérgica nas crianças nem sempre é valorizada pelos pais, muitas vezes pensando tratar-se de uma “constipação” prolongada. 

      quinta-feira, 30 de abril de 2015

      Picadas de Inseto - Prevenção e Tratamento

      As picadas de insetos são geralmente provocadas por mosquitos e melgas e mais raramente, por vespas ou abelhas. Ocorrem com maior frequência a partir da Primavera e estendem-se até ao início de Outono.
      Habitualmente, as picadas de insetos não têm consequências graves, tratando-se de situações benignas, mas em crianças alérgicas revelam-se muito importantes.
      As reações a picadas de insetos envolvem mecanismos imunológicos e não imunológicos. Estes mecanismos, explicam a comichão e o inchaço no local da picada, sendo que a formação de células inflamatórias no local justifica a formação de uma reação tardia (tumefação, vermelhidão, bolhas), como acontece passadas umas horas da picada.
      As crianças que vivem no campo ou que tenham contacto com animais têm maior probabilidade de serem picadas.
      Em alguns casos, podem surgir situações mais complicadas, consoante o local. Por exemplo, se for nas pálpebras, nos pavilhões auriculares, o inchaço além de provocar deformações, pode levar ao aparecimento de infeções bacterianas, com necessidade de antibiótico oral.

      Como Prevenir?
               - Tentar proteger o corpo com roupa fresca e de cor clara.
               - Usar repelente na pele ou na roupa (Previpic, Pré-Butix, Tabard).
               - Usar repelente, que pode ser elétrico, em casa (Por exemplo, os difusores à venda nos hipermercados, e colocados no quarto ou no local onde a criança, habitualmente, está).
               - Usar repelentes portáteis nos passeios ao ar livre (ultrassónicos, por exemplo da Chicco), no berço, carrinho (pouco eficazes, por vezes).


      Como Tratar?
               - Colocar compressas frias / gelo para diminuir a comichão e sensação de mal-estar.
               - Colocar creme/pomada com corticoide (quando a reação inflamatória é exuberante) e/ou anti-histamínico (não é consensual).
               - Colocar pomada com antibiótico, no caso de existir infeção.
               - Anti-histamínico oral (Atarax, Aerius, Zyrtec, Xyzal).

               - Antibióticos orais (só em casos de sobre-infeção bacteriana).