Esta
questão, traduz-se numa preocupação imensa para os pais e geradora de grande
ansiedade. É por isso, tema habitual logo nas primeiras consultas de pediatria.
Adoraria ter a solução ideal, mas é sempre difícil “opinar” com a certeza
absoluta… Cada criança é um caso.
Consensual
é que aos 3 anos, a criança deverá frequentar um jardim de infância, porque
nesta fase, de sociabilização, é importantíssima ser em grupo, com regras
definidas por um adulto que não seja da família (educadora de infância).
Posto
isto, como responder à questão dos pais: Então o que faço ao meu bebé, aos 4
meses? Ou aos 6 meses? 12 meses? A quem o confio?
A
melhor opção é aquela que inspira maior confiança aos pais. O essencial aqui é
a confiança no ambiente e na pessoa que ficará responsável pela criança.
Escolher
uma Ama (que não seja da família) é
sempre uma incógnita. Por isso, alerto sempre para o facto de ser absolutamente
necessário, ter-se um conhecimento total da pessoa que vai cuidar da criança. A
confiança que a mãe demonstrar pela Ama, será decisivo para uma melhor
adaptação da criança à ama.
Da
minha experiência, a entrada no Infantário com menos de 3 anos, tem aspetos
positivos e negativos, mas muitíssimo mais negativos….
Aspetos Positivos do
Infantário :
- Estar
ao cuidado de pessoas qualificadas
- Melhor
estimulação, melhor aprendizagem das regras
- Brincadeiras
mais adequadas e ambiente envolvente mais apelativo
Aspetos Negativos :
- Dispendioso
financeiramente
- Possibilidade de má adaptação e portanto sofrimento da criança
- Enorme
e constante exposição a agentes infeciosos
- Adoece
frequentemente (ás vezes semana sim, semana não)
- Debilidade das defesas (devido ás constantes “doenças”) e
portanto maior suscetibilidade a contrair mais doenças…
Escolher os Avós maternos/paternos
tem também vantagens e desvantagens.
Aspetos positivos dos Avós:
- O amor dos avós não tem preço, nem se consegue pagando…
- Existe disponibilidade total para com a criança
- Ausência de problemas na adaptação da criança
Aspetos negativos:
- Padrões
educacionais diferentes dos pais
- Atuarem
com a criança como atuaram com os filhos, muitos anos atrás, (mais grave
nos erros alimentares que cometem).
- Estimulação
menor ou menos adequada
- A
casa não estar adaptada à idade da criança
Posto
isto, a minha opinião (todas as minhas mamãs sabem…e que poderá ser diferente
de outros pediatras!) é que, se existirem avós disponíveis será, sem dúvida a
melhor opção. Os aspetos negativos que enumerei são um “mal menor”. As regras
educacionais dos avós, podem ser alteradas (“Os pais educam, os avós
deseducam…”). As crianças desde cedo, são muito inteligentes e sabem bem, onde
podem ou não podem, fazer determinadas coisas (em casa dos avós são pequenos
tiranos e na sua casa, muitas vezes são anjos, desde que os pais tenham as
atitudes educativas corretas).
Infelizmente,
os avós trabalham, cada vez mais, e até mais tarde e veem-se impossibilitados
de cuidar dos netos. A solução é maioritariamente a entrada no infantário. Os
pais devem conversar com o pediatra, na tentativa de minimizar os efeitos
nefastos, sobretudo as doenças.
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